Assassin’s Creed Shadows é certamente um dos grandes games a serem lançados na segunda metade do ano de 2024, e por se tratar de um Assassins podemos esperar uma mistura de eventos reais com ficção, algo que já é famoso dentro da série, principalmente por introduzir a ordem dos assassinos em meio a eventos que aconteceram de verdade, e muitas vezes até mesmo com figuras históricas reais.
E pensando nisso, preparamos esse material especial contando um pouco do histórico da época onde o game se passa e o que podemos ver dentro do game quando o assunto é história.
O período que Assassin’s Creed Shadows se passa…
O Período Azuchi-Momoyama (1568-1600) é um dos momentos mais cruciais e transformadores da história do Japão. Marcado por guerras e uma série de mudanças políticas, sociais e culturais, ele estabelece a transição entre a era dos Estados em Guerra (Sengoku) e o período Edo, dominado pelo xogunato Tokugawa.
Contexto Histórico
O Período Sengoku (1477-1573)
Para entender o Período Azuchi-Momoyama, é essencial olhar para o que veio antes dele: o Período Sengoku. Este foi um tempo de intensa guerra civil, onde o poder central do xogunato Ashikaga enfraqueceu, e numerosos senhores da guerra, conhecidos como daimyos, lutavam pelo controle de diferentes regiões do Japão.
Principais Figuras do Período Azuchi-Momoyama
Oda Nobunaga (1534-1582)
Oda Nobunaga foi um dos primeiros e mais influentes daimyos a tentar reunificar o Japão. Em 1568, ele marchou sobre Quioto e instalou Ashikaga Yoshiaki como o xogum, embora Yoshiaki fosse, na verdade, uma marionete sob o controle de Nobunaga. Nobunaga iniciou várias reformas para consolidar seu poder e enfraquecer seus rivais.
Ele é conhecido por sua brutalidade e pelo uso inovador de tecnologia militar, incluindo armas de fogo adquiridas dos portugueses. Em 1582, Nobunaga foi traído por um de seus generais, Akechi Mitsuhide, e morreu durante o Incidente de Honnō-ji.
Toyotomi Hideyoshi (1537-1598)
Após a morte de Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi, um de seus generais mais capazes, rapidamente vingou sua morte e continuou o processo de unificação. Hideyoshi é famoso por suas políticas administrativas e sociais que visavam estabilizar e consolidar o poder no Japão. Ele implementou uma pesquisa cadastral para entender a produção agrícola do país e redistribuiu terras aos seus aliados, reforçando seu controle.
Hideyoshi também tentou, sem sucesso, conquistar a Coreia e eventualmente a China, o que drenou recursos significativos e causou desgaste entre seus seguidores.
Tokugawa Ieyasu (1543-1616)
Após a morte de Hideyoshi, Tokugawa Ieyasu, um dos cinco regentes designados para governar até que o filho de Hideyoshi, Toyotomi Hideyori, atingisse a maioridade, começou a manobrar para obter controle total. Ieyasu enfrentou e derrotou os partidários de Hideyori na Batalha de Sekigahara em 1600, estabelecendo assim o xogunato Tokugawa que duraria até 1868.
Eventos Chave
A Conquista de Quioto (1568)
Oda Nobunaga marchou sobre Quioto e instalou o xogum fantoche Ashikaga Yoshiaki, efetivamente começando o processo de reunificação do Japão. Este movimento foi crucial pois, além de legitimar sua posição, deu a Nobunaga uma base de poder central.
O Incidente de Honnō-ji (1582)
Este foi um ponto de virada significativo. Nobunaga estava perto de unificar todo o Japão quando foi traído e cercado por Akechi Mitsuhide. A morte de Nobunaga levou a uma luta pelo poder que Toyotomi Hideyoshi eventualmente venceu.
A Pesquisa Cadastral (Taikō Kenchi)
Um dos atos mais significativos de Hideyoshi foi a realização de uma pesquisa cadastral em todo o Japão. Ele mediu e avaliou terras para redistribuí-las e otimizar a coleta de impostos. Este ato fortaleceu o poder central e enfraqueceu a autonomia dos daimyos.
As Invasões da Coreia (1592-1598)
Hideyoshi lançou duas invasões contra a Coreia como parte de seu sonho de conquistar a China. As campanhas foram inicialmente bem-sucedidas, mas eventualmente falharam devido à resistência coreana, ajuda chinesa e problemas logísticos. Essas invasões causaram grande desgaste econômico e militar.
A Batalha de Sekigahara (1600)
Esta batalha foi o confronto decisivo entre as forças de Tokugawa Ieyasu e seus rivais. A vitória de Ieyasu solidificou sua posição como o governante supremo do Japão e marcou o fim do Período Azuchi-Momoyama, estabelecendo o xogunato Tokugawa.
Transformações Culturais
Arquitetura e Arte
O Período Azuchi-Momoyama é conhecido por sua rica produção cultural. Nobunaga, Hideyoshi e Ieyasu patrocinaram construções grandiosas como o Castelo de Azuchi e o Castelo de Osaka. Esses castelos não eram apenas fortalezas militares, mas também símbolos de poder e cultura.
A pintura também floresceu, com o estilo momoyama caracterizado por seu uso ousado de cores e ouro, exemplificado nas obras de Kano Eitoku. A cerimônia do chá, embora iniciada anteriormente, foi refinada por mestres como Sen no Rikyū, que trabalhou sob Hideyoshi.
Religião e Intercâmbio Cultural
Durante este período, o cristianismo, introduzido pelos missionários jesuítas portugueses no século XVI, começou a se espalhar pelo Japão. Nobunaga foi relativamente tolerante com os cristãos, vendo-os como aliados úteis contra os poderosos monges budistas. Hideyoshi inicialmente também foi tolerante, mas mais tarde emitiu edições contra o cristianismo, culminando na perseguição de cristãos.
A chegada de comerciantes e missionários europeus trouxe não apenas religião, mas também tecnologia, armas e novos produtos. A relação entre Japão e os comerciantes europeus foi ambivalente, marcada por cooperação e conflito.
Impacto e Legado
Consolidação do Poder Central
O período Azuchi-Momoyama foi fundamental na consolidação do poder central no Japão. As políticas implementadas por Nobunaga, Hideyoshi e Ieyasu estabeleceram as bases para a estabilidade e paz prolongada que caracterizaria o Período Edo.
Unificação do Japão
A unificação do Japão sob um governo centralizado trouxe um fim às constantes guerras civis. A ordem estabelecida permitiu o desenvolvimento econômico, crescimento populacional e florescimento cultural durante o Período Edo.
Influência Cultural
A arte e a cultura do Período Azuchi-Momoyama continuaram a influenciar o Japão nos séculos seguintes. A arquitetura dos castelos, o desenvolvimento da cerimônia do chá, e os estilos artísticos são ainda hoje celebrados e estudados.
Políticas Sociais
As reformas de Hideyoshi, incluindo a pesquisa cadastral e a proibição de os agricultores portarem armas (a política da katana-gari), criaram um sistema social mais rígido e estruturado. Isso levou à estabilização da sociedade feudal japonesa e à criação de uma classe samurai distinta.
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Conclusão
O Período Azuchi-Momoyama foi um tempo de grande tumulto e transformação no Japão. Através dos esforços de figuras como Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu, o Japão foi unificado, o que estabeleceu as bases para o longo e estável Período Edo. A era também é lembrada por suas contribuições significativas para a cultura, arte e arquitetura japonesas, deixando um legado duradouro que continua a ser celebrado até hoje.