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Review | Alan Wake 2: Night Springs é bizarramente incrível

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Que Alan Wake 2 é um dos jogos mais únicos (e bizarros) dos últimos anos não é surpresa pra ninguém. Ao transformar a franquia Alan Wake definitivamente em terror e sobrevivência, Sam Lake teve a oportunidade perfeita para botar toda sua criatividade excêntrica pra fora, dando vida a um dos melhores jogos do gênero de todos os tempos.

Com o DLC Night Springs não foi diferente, já que a proposta de trazer episódios do famoso seriado fictício do universo de Alan Wake de maneira jogáveis já exalava bizarrice desde seu anúncio. Porém, nem eu e nenhum outro fã poderíamos prever o quão longe a mente de Sam e e Kyle Rowley, diretor de Alan Wake 2, poderiam ir.

Primeira expansão de Alan Wake 2 esbanja criatividade e bizarrice

A primeira expansão de Alan Wake 2 consiste em 3 episódios do seriado Night Springs, narrados por Warlin Door, uma das figuras mais enigmáticas apresentadas em Alan Wake 2. O fato de Door ser o narrador dessas histórias deixa bem claro que tudo ali está acontecendo dentro do Dark Place, podendo ser a tal nova temporada de Night Springs, alvo de outdoors de publicidade espalhados por toda a Nova Iorque criada por Alan durante os eventos do jogo principal.

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Vale notar que todos os episódios tem seu screenplay creditados a Alan Wake, o que nos remete novamente a Control. Na DLC AWE de Control, podemos encontrar um arquivo que revela episódios para Night Springs escritos por Alan Wake, que nunca foram usados pelo programa. É possível que esses episódios sejam os tais episódios perdidos escritos por Alan, tornando o enigma criado por Sam Lake ainda mais confuso e intrigante.

O primeiro episódio segue um dia normal na vida de Rose, a famosa garçonete da lanchonete Oh Deer Dinner e fã número 1 de Alan Wake. Após atender seus felizes e satisfeitos clientes, Rose recebe uma mensagem de seu amado escritor pedindo que o resgate, acabando com o dia tranquilo da moça e a colocando em uma busca implacável em nome do amor.

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Não entrarei muito em detalhes sobre o roteiro da expansão para não estragar as surpresas, mas entre os 3 episódios disponíveis, o Episódio 1 é o que menos ‘’viaja na maionese’’.

Usando clichês de sitcom e tendo como principal referência o seriado Twilight Zone e suas frases de efeito e estilo único de fazer terror, Fã Número Um tem o foco quase que exclusivamente na ação frenética, deixando o terror e o roteiro quase que 100% de lado. No jogo base não tínhamos muitas oportunidades de descarregar o pente de uma escopeta sem nos preocuparmos com o que nos esperava dentro do chalé abandonado ao final da estrada. Tal preocupação não existe aqui (e em nenhum dos outros episódios pra ser sincero), já que munição e itens de cura nos são fornecidos em abundância, tornando Fã Número Um um excelente passatempo para todos que se engajaram com as mecânicas de combate de Alan Wake 2.

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No segundo episódio, chamado Estrela Polar, é que as coisas começam a ficar realmente interessantes. Aqui controlamos Jesse, protagonista de Control, que está em busca do seu irmão desaparecido a anos após ser levado por uma agência do governo. O fato de Jesse estar a procura de seu irmão coloca o episódio em um período anterior aos acontecimentos de Control, caso tentarmos encaixar todos os episódios na linha do tempo do Remedyverso.

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Se passando inteiramente no Coffee World, Estrela Polar é possivelmente o episódio mais assustador entre os 3, tendo uma das sequências mais sufocantes e aterrorizantes de todo o jogo, incluindo a campanha principal. O gameplay basicamente é constituído em resolução de puzzles, procura de itens e muita, mas muita tensão.

A atmosfera criada pelo barulho dos takens e todo o clima macabro que só um parque de diversões consegue criar, rivaliza com os momentos mais tensos da campanha principal de Alan Wake 2, o que pode tornar o episódio 2 o favorito dos amantes de histórias de suspense. O que é estranho já que munição e itens de cura não é um problema, mas a atmosfera criada aqui suprime qualquer segurança que o jogador possa sentir por poder descarregar pentes e mais pentes sem pensar duas vezes.

Estrela Polar inicialmente parece não agregar muito a história de ambos os jogos, mas o final com certeza coloca uma pulguinha atrás da orelha e tem morado sem pagar aluguel na minha mente.

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E tudo isso nos leva a cereja do bolo, e provavelmente o episódio mais importante da expansão: o Episódio 3: Ruptura do Tempo.

O que está acontecendo? Eu não sei eu não sei

Como já indicado pelo nome, o último episódio da expansão envolve viagens multiversais, assassinatos, mudanças de gênero ala NieR e muitas, mas muitas referências a Quantum Break, criando uma salada mista de todos os trabalhos anteriores da Remedy. Apesar de não citar os acontecimento de QB de maneira direta (por motivos óbvios de direitos sobre a franquia), é nítida a tentativa de conectar tudo o que a Remedy já criou até hoje dentro de um grande multiverso bizarro.

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Aqui controlamos Shawn, um ator contratado por Sam Lake, o excêntrico diretor da Poison Pill Entertainment, para ser a estrela de seu novo jogo. Chamado Ruptura do Tempo, o jogo conta a história a história de um agente que pode transitar entre diferentes realidades.

Melhor dizendo, Shawn estrelaria esse jogo, se não fosse pela interferência de Door, que está matando diferentes versões de Shawn pelo multiverso. Caçado por Door pelo ‘’Remedyverso’’, Shawn precisa viajar por diferentes realidades para parar a entidade, enquanto procura por respostas sobre as motivações de Door que o levam a persegui-lo.

O episódio tenta criar uma versão da própria Remedy dentro do universo de Alan Wake, com direito a roteiros escritos pelo próprio Sam antecipando ações do jogador, como por exemplo, ler o roteiro de tudo o que acabou de acontecer jogado no chão.

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Ruptura do Tempo mistura ação e terror perfeitamente, sendo o laboratório perfeito para Sam extrapolar suas ideias mais bizarras de uma só vez. Apesar de não ter puzzles, o episódio exige que o jogador preste atenção em absolutamente tudo o que acontece ao seu redor caso queira progredir e entender (nem que seja um pouco) o que está acontecendo.

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Sendo o episódio com maior carga de história e relevância para a construção do Remedyverso, algumas revelações pra lá de bombásticas são feitas durante as cutscenes, inclusive confirmando uma teoria bem antiga a respeito da identidade de Alan.

Com um final de explodir cabeças e uma linda homenagem ao ator James McCaffey, ator que dava voz a Max Payne e Alex Casey, o último episódio promete criar discussões e teorias na internet por anos.

Em Night Springs…

Tudo isso torna a expansão Night Springs um conteúdo mais do que obrigatório para qualquer fã de Alan Wake 2 e de outros jogos da Remedy, sendo uma das obras mais autorais já criadas por Sam Lake. Após a conclusão da expansão, minha única pergunta é: O que estão colocando no café de Sam Lake? Seja lá o que for, por favor, coloquem mais um pouco.

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