No Rest for the Wicked emerge como o mais recente projeto da renomada Moon Studios, a mente por trás da amada série Ori. Reconhecida por sua direção de arte exímia e mecânicas de jogabilidade distintas no gênero metroidvania, a Moon Studios agora se aventura em território soulslike, mas desafiando as fronteiras do que é conhecido pelo gênero.
Entretanto, é crucial nivelar as expectativas em relação à versão atual de No Rest for the Wicked, que se encontra em acesso antecipado. Este estágio de desenvolvimento implica que diversas mudanças, tanto positivas quanto negativas, podem ocorrer antes do lançamento da versão final do jogo.
Uma história presente
Nossa história começa no ano de 841 em uma terra fantasiosa, onde o Rei Harol sucumbe à morte, deixando para trás um vácuo de poder que é preenchido por seu filho arrogante, porém inexperiente, Magnus. Para piorar, a Pestilência, uma praga sinistra não vista há mil anos, ressurge, espalhando-se implacavelmente por todo o reino, corrompendo tudo e todos em seu caminho. Madrigal Seline, líder da igreja conhecida por sua brutal ambição, vê na Pestilência uma oportunidade de ascender aos olhos de seu Deus.
Nossa jornada começa de maneira simples: encarnamos Cerim, um guerreiro peculiar de uma raça aparentemente extinta. A importância de nossa existência é constantemente sugerida, mas nunca plenamente explicada. À medida que avançamos, nos dirigimos à ínsula de Sacra, onde grupos rebeldes e o governo provincial lutam pelo controle entre as ruínas decadentes da remota ilha.
Embora nosso objetivo inicial possa parecer nebuloso, a ilha abriga uma infinidade de mistérios aguardando para serem desvendados. A narrativa se desenrola principalmente por meio das missões principais do jogo. Contudo, é importante ressaltar que o conteúdo disponível no acesso antecipado é bastante limitado. Assim, ao completarmos a maioria das missões, nos vemos confrontados com mais perguntas do que respostas. Essas lacunas na trama são intencionais, deixando espaço para serem preenchidas nas próximas atualizações do jogo, prometendo revelações e reviravoltas que ampliarão nosso entendimento do mundo de No Rest for the Wicked.
Um combate intenso
Como mencionado anteriormente, No Rest for the Wicked bebe diretamente da fonte de jogos como Elden Ring e Dark Souls, mas também incorpora elementos de outros títulos, como Diablo. O resultado é um RPG de ação com visão isométrica, onde a exploração, o combate e a coleta de recursos e itens assumem um papel central.
No Rest for the wicked apresenta um mundo aberto diversificado, repleto de ambientes distintos e repletos de inimigos perigosos e variados. Cada oponente representa uma ameaça legítima, e o combate, no qual controlamos Cerim, oferece uma experiência pesada e impactante, porém satisfatória. Dilacerar os inimigos é visceral, com o protagonista imerso em sangue e vísceras. O sistema de combate oferece uma gama de opções, incluindo ataques fortes e fracos, habilidades defensivas como a esquiva e o uso de escudos. Além disso, o jogo incorpora um sistema de runas que permite ao jogador atribuir habilidades especiais às suas armas. Estas habilidades consomem a barra de foco, que é preenchida ao acertar os inimigos, adicionando uma nova camada ao combate.
As batalhas contra chefes destacam-se como os momentos mais memoráveis, exigindo o uso inteligente de todos os recursos disponíveis, desde equipamentos bem escolhidos até uma seleção estratégica de itens consumíveis que concedem bônus temporários. Esses confrontos são desafiadores, porém não intransponíveis, incentivando os jogadores a desenvolverem habilidades e estratégias para superá-los.
Muitos sistemas além do combate
A cidade principal da ilha de Sacra, Sacramento, está mergulhada em um estado deplorável após uma série de ataques realizados por um grupo rebelde que compartilha o domínio da ilha. Apesar de sua grande extensão, Sacramento é uma metrópole repleta de ruas sinuosas, áreas distintas e uma variedade de vendedores e personagens secundários. Enquanto exploramos suas entranhas, encontramos algumas missões secundárias, mas também temos a liberdade de interagir com diversos sistemas e, até mesmo, adquirir uma residência para mobiliarmos ao nosso gosto.
Além do combate, os jogadores têm à disposição uma variedade de ferramentas, como picaretas, machados e varas de pesca, para coletar recursos valiosos espalhados pelos mapas. Esses recursos desempenham um papel crucial na jornada, podendo ser usados para preparar alimentos ou aprimorar equipamentos na cidade de Sacramento, tornando-se um elemento essencial da jogabilidade.
A coleta de recursos é fundamental em No Rest for the Wicked de uma forma que vai além do que posso expressar. Por exemplo, o sistema de regeneração de vida do jogo depende dos alimentos que cozinhamos na fogueira. No entanto, pode acontecer de nos encontrarmos sem recursos e sem comida, o que se torna um problema significativo, pois impede a progressão na exploração, já que precisamos coletar recursos para preparar novos alimentos.
Além disso, a cidade desempenha um papel crucial e pode ser reconstruída com a nossa colaboração. Podemos erguer uma taverna, uma forja, uma nova loja para os vendedores, e outras construções essenciais. Essa reconstrução vai além do aspecto visual, introduzindo novos sistemas e itens para serem comercializados. No entanto, é importante destacar que esse processo ocorre em tempo real e é muito ruim ter que esperar horas para um reconstrução ser realizada. Por exemplo, a melhoria da forja pode levar cinco horas reais para ser concluída, mas traz consigo a capacidade de transformar minério de ferro em lingotes. Esses lingotes, por sua vez, são fundamentais para aprimorar armas e armaduras.
O sistema de itens assemelha-se ao de Diablo: os itens são obtidos derrotando inimigos e apresentam propriedades aleatórias, além de serem classificados pelo jogo como normal, raro, épico e lendário. É fundamental construir um conjunto de itens que se harmonizem com o seu estilo de jogo, uma vez que o peso influencia diretamente na jogabilidade. Ficar sobrecarregado pode fornecer muita defesa, mas resultará em rolagens mais lentas.
Os itens em nosso arsenal podem ser aprimorados de várias maneiras, permitindo-nos elevar seu nível e mudar sua classificação, além de conferir-lhes propriedades especiais. Podemos também equipar runas em nossas armas para adquirir habilidades únicas e utilizar joias para obter diferentes bônus, inclusive a capacidade de conferir um elemento especial às nossas armas. Lembro que usei uma espada colossal e adicionei o elemento de eletricidade a ela.
Além da complexa itemização, os jogadores devem gerenciar a distribuição de três pontos de status ao subir de nível. O jogo apresenta um total de 8 atributos diferentes, que vão desde força e vida até o limite de peso. Durante minha experiência, não encontrei uma maneira de redefinir a alocação desses pontos, então é crucial pensar cuidadosamente antes de distribuí-los. No entanto, não achei o status do limite de peso tão interessante, já que acabei investindo 8 pontos nele apenas para poder utilizar os itens desejados. Seria mais interessante se outro status também aumentasse o limite de peso.
Visuais e Perfomance
Assim como Ori, que é uma obra-prima em termos de direção de arte, No Rest for the Wicked também brilha nesse aspecto. Seus gráficos, com um estilo cartunesco, são deslumbrantes, especialmente quando combinados com a iluminação ambiente. Esta luz muda de acordo com o tempo, já que o jogo apresenta um sistema dinâmico de horas e clima. É possível testemunhar um amanhecer sob a chuva e a beleza é de tirar o fôlego.
Além disso, o design de níveis é notável, aproveitando ao máximo a câmera isométrica para exibir o horizonte à frente. O jogo também utiliza zoom out para destacar ambientes grandiosos, proporcionando uma sensação de escala impressionante. A verticalidade é outro ponto forte, com a capacidade de pular, subir em móveis e escalar sendo habilidades essenciais. Essa variedade é habilmente utilizada, com a exploração das montanhas exigindo muita escalada, enquanto a navegação pelos esgotos requer pulos por tubulações estreitas.
Em termos de desempenho, pude experimentar o título em um computador high-end, capaz de proporcionar a experiência com todas as tecnologias gráficas atuais, com todas as configurações no máximo. No entanto, é importante notar que No Rest for the wicked ainda não está totalmente otimizado. Durante minha experiência, notei alguns stutterings ao adentrar novos ambientes. No entanto, é um ponto que pode ser aprimorado à medida que o lançamento se aproxima.
O futuro de No Rest for the wicked
Na página oficial da Steam, os desenvolvedores compartilharam uma nota abrangente abordando uma variedade de perguntas que o público pode ter, mas o que realmente se destaca é o roadmap das próximas atualizações. O primeiro update promete trazer o tão aguardado multiplayer, abrindo caminho para modos competitivos ou cooperativos. O segundo update vai introduzir uma área endgame chamada “The Breach”. Quando atingirmos a versão 1.0 de No Rest For The Wicked, os desenvolvedores garantem uma gama diversificada de conteúdos, incluindo expansões na história, novas regiões para explorar, sistemas de agricultura, uma variedade expandida de armas e armaduras, além de uma nova leva de desafiadores chefes para enfrentar nas novas regiões. Isso sugere um compromisso sólido dos desenvolvedores com o suporte contínuo e a longevidade do título.
De fato, desde o início do acesso antecipado até o momento desta análise, No Rest for the Wicked tem sido alvo de diversas atualizações, que incluem melhorias de desempenho e correção de inúmeros bugs. Ao todo, foram lançadas sete atualizações de “Hotfix”, evidenciando o profundo compromisso e engajamento dos desenvolvedores com a melhoria contínua do jogo. Este nível de dedicação demonstra claramente o empenho dos desenvolvedores em proporcionar uma experiência excepcional aos jogadores de No Rest for the Wicked.
Vale a pena comprar No Rest for the Wicked?
Mesmo no estado atual do acesso antecipado, No Rest for the Wicked oferece uma experiência interessante, com aproximadamente 10 a 20 horas de conteúdo, que inclui tanto missões principais quanto secundárias. Além disso, há desafios diários e semanais para os jogadores, proporcionando uma variedade de conteúdo. Embora ainda não seja uma experiência completa, o jogo entretém através de seus diversos e distintos sistemas, o que enriquece significativamente a experiência.
Além disso, o título apresenta uma masmorra final gerada proceduralmente, repleta de itens excelentes, o que pode prolongar o tempo de jogo até que a próxima parte da campanha seja lançada junto com as atualizações prometidas. Essa adição aumenta a longevidade e o fator replay do jogo, oferecendo aos jogadores mais conteúdo para explorar e desfrutar.
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