Tiny Tina’s Wonderlands é um spinoff de Bordelands que apesar de usar a mesma receita, traz um tempero especial que pode (ou não) agradar os fãs da franquia. Mas vamos começar isso do começo, afinal essa análise não está sendo escrita pela Tininha, que apesar de ser uma excelente mestra de RPG, gosta de brincar com o inesperado e, provavelmente, começaria essa análise pela nota do game, que é 8.5 – ops!
Mais que um Bordelands?
Tiny Tina’s Wonderlands é um FPS bem fiel a tudo que já vimos na franquia Bordelands: um arsenal gigantesco de armas malucas, o humor ácido e os lindos gráficos cartunescos. Mas, afinal, o game traz algo de diferente? Tiny Tina’s Wonderlands adiciona uma boa dose de RPG a essa mistura, e para se ter uma ideia do quão generosa é essa dose do gênero, saiba que o jogo conta com um tabuleiro de RPG de mesa e tem até uma mestra, sim, Tiny Tina’s – ou de forma carinhosa Tininha – está no comando e toda história é moldada pela cachola da adorável e explosiva personagem.
Esse cenário onde vivemos uma história que está sendo escrita ali, naquele momento, traz um sentimento de surpresa bem divertido, que aliado ao humor e a forma maluca como a Tininha dá um rumo para a nossa história, tornar comum aquele sorrisinho discreto durante o gameplay, sabe? Situações como o salgadinho que a personagem esqueceu no tabuleiro e, às pressas, deu um sentido pra situação dizendo que se tratava de um meteoro, ou quando faz a gente enfrentar o mesmo boss três vezes para fingir que não se perdeu na história. Tiny Tina’s Wonderlands é um jogo divertido!
Por falar na história do game, a narrativa principal traz uma trama descompromissada que nos coloca na missão de derrotar o ‘Senhor dos Dragões’, que acabou aprontando uma das boas para a ‘Rainha Rabo de Cavalo’. Não espere por uma história empolgante ou bem construída, ela está ali como um plano de fundo para o objetivo principal do game: sentar o dedo no gatilho e ir atrás do melhor loot.
Se a missão principal é sem tempero demais, as várias missões secundarias do game trazem boas supressas e referências divertidas. – talvez eu nunca supere o fato de ter atirado em carinhosos smurfs e o meu encontro com o bruxão “Gerritt of Trivia”.
Foram diversos os momentos em que me perdi do objetivo principal e fui atrás dessas missões secundarias divertidas, que além de XP e novas armas, trouxeram horas de diversão.
Novidade nas classes e tradição no gameplay
Dentro do jogo, podemos escolher entre as classes: Brr-Ucutu, Garraforte, Necronata, Mago-Atirador, Facadamante e a Protetor do Esporo, que foi a minha escolha. Cada classe tem uma espécie de skill especial e algumas particularidades como, por exemplo, o Protetor do Esporo que conta com a ajuda de uma criatura que deixar os inimigos envenenados, essa espécie de mascote te acompanhará durante toda a jornada. Apesar da escolha da classe não mudar tanta coisa no gameplay, é realmente importante você pensar bem antes da escolha, pois você não poderá trocar de classe depois, o que poderá fazer é adicionar uma subclasse mais pra frente no jogo.
Para facilitar nossa vida, dentro do site oficial do jogo tem um guia de classes que pode ajudar trazendo mais detalhes de cada umas seis delas presentes no game.
E por falar nas habilidades, tudo é bem parecido com o que já vimos em Bordelands. Ao subir de nível, você ganha pontos para investir em vantagens que mais combinem com a sua classe e seu estilo de gameplay.
Ao se deparar com um gampelay de Tiny Tina’s Wonderlands é natural nos vir a cabeça a seguinte pergunta: ”Poderia ser um DLC?”, apesar de ter a essência, mecânicas e personagens do famoso Looter-Shooter, o game tem a sua identidade. Tiny Tina’s Wonderlands adiciona um RPG de mesa, um sistema de classes e personalização do personagem mais amplo e tem um toque medieval que adiciona mais magia a sua narrativa. Esperar pelo inesperado e nunca saber de fato o que a nossa mestra colocará em nosso caminho deixa tudo mais divertido.
O jogo tem um modo coopertativo para até 4 jogadores que contra com crossplay, no entanto, a minha recomendação é fazer a campanha solo, para ficar longe do lag e de uma possível facilidade excessiva nos combates. Já o endgame – já falamos mais sobre ele – é mais divertido com outros jogadores.
Fala muito!
Nem tudo são flores no exótico jardim de Tiny Tina’s Wonderlands. Algo que me incomodou e frustou bastante é a quantidade de diálogos desnecessários do game, principalmente pelo fato de grande parte deles meios que dizerem a mesma coisa. É difícil para para ler algo quando se tem um combate tão frenético como o de Tiny Tina’s Wonderlands. O jogo não conta com dublagem em português – segue vivo o sonho do primeiro Bordelands dublado – e tem sérios problemas com as legendas, muitas vezes elas simplesmente somem e isso certamente atrapalhará no entendimento da história dos que ainda não ”speakam” english.
Além disso, outro ponto negativo a se destacar é perfomance do game. Durante meu gameplay tive que fechar o jogo algumas vezes para tentar solucionar o problema de queda de quadros. No entanto, parece que o problema foi resolvido nesses últimos dias, mas fica aqui o registro completo da minha experiência com o jogo.
Depois do fim da história principal liberamos o modo ”Camará do Caos”, onde é possível enfrentar inimigos mais fortes para conseguir equipamentos melhores, apesar da boa proposta ele não é tão atrativo assim, e muitos jogadores devem pular fora do barco.
Tiny Tina’s Wonderlands vale a pena?
Tiny Tina’s Wonderlands é um dos melhores se não o melhor jogo da franquia Bordelands. Espere por um combate frenético, uma história divertida e uma infinidade de opções para montar um personagem que mais combina com seu estilo de gameplay.
Apesar de ter identidade própria, dificilmente alguém que já tenha descartado Bordelands se interessará pelo game, no entanto, Tiny Tina’s Wonderlands pode ser o jogo perfeito para te apresentar uma das melhores franquias de FPS do mercado.
Está análise foi feita com uma chave do jogo para PC gentilmente cedida pela 2K.