Call of Duty: Black Ops 6 é sem dúvidas um dos jogos mais aguardados do ano, já que não apenas marca o retorno da Treyarch a frente de um jogo da franquia, como também carrega o peso de ser o jogo da franquia com o maior tempo de desenvolvimento, cerca de 4 anos. Com tamanho hype, a beta de BO 6 foi uma das mais aguardadas da história da franquia, com jogadores fervorosos para finalmente botarem as mãos no tão comentando ”omni-movement” e em todas as demais mudanças que a Treyarch preparou para o multiplayer.
Tivemos acesso ao beta fechado de Call of Duty: Black Ops 6, e nesse especial de primeiras impressões, contaremos todas as novidades do multiplayer do novo capítulo da franquia Black Ops.
Omni-movement é a estrela do multiplayer de Call of Duty: Black Ops 6
Correria, tiro, porrada e bomba
Vamos começar pela grande mudança de Call of Duty: Black Ops 6, que promete ser uma revolução na forma como jogamos Call Of Duty: o omni-movement. Presente em todos os modos de jogo (incluindo o Warzone), a nova movimentação apresentada pela Treyarch prometia deixar COD mais frenético do que nunca, dando uma liberdade nunca antes vista para os jogadores.
E de fato, o novo Call of Duty tem o multiplayer mais frenético de toda a franquia graças ao omni-movement, já que os jogadores estão a todo tempo correndo em todas as direções, dando saltos dignos de filmes de ação, slides e tudo mais o que tiverem direito. Essa liberdade contrasta com a forma que a Infinity Ward, responsável por Call of Duty MW e MW 2, vinha abordando a movimentação e principalmente o ritmo de jogo, que em ambos os títulos tinha um approach mais tático e menos ”correria” como estávamos acostumados.
A nova forma de se movimentar é extremamente fluida, permitindo que os jogadores não percam o ritmo mesmo recuando ou protegendo áreas em modos como Hardpoint, já que dificilmente haverá algum momento em que você não estará correndo (até mesmo sem perceber). A possibilidade de dar o famoso peixinho enquanto atira ou dives para os lados aumenta ainda mais a possibilidade de jogadas arriscadas, criando uma nova camada de complexidade para jogadores veteranos expressarem seu estilo de jogo e habilidade.
Apesar do estilo mais ”rushado” ser o sonho molhado da maior parte dos jogadores antigos da franquia, jogadores que chegaram em Call of Duty a partir dos novos jogos da IW podem estranhar a velocidade do jogo, principalmente pelo fato de que, graças ao ritmo mais acelerado, jogadores que tenham um estilo mais cadenciado terão dificuldades em se adaptar ao novo estilo proposto por BO 6.
A Treyarch segue o que já vinha sendo feito no ano anterior com Modern Warfare 3, revertendo muitas decisões tomadas pela IW em relação ao multiplayer de COD. Aqui temos o mini-mapa tradicional onde armas sem silenciadores te ”spottam”, perks como ghost estão de volta desde o início da partida, etc.
Essas mudanças e a adição do omni-movement tornam as partidas de Black Ops 6 uma correria sem fim, trazendo de volta o caos para a franquia Call of Duty, que sempre foi marca registrada nos jogos da Treyarch.
Map Design
Apesar de seguir a fórmula já conhecida de 3 lanes, os mapas presentes na beta são… estranhos. O map design e as mudanças na movimentação parecem não se conversar muito bem, já que toda a gameplay frenética proposta pelo omni-movement é de certa forma quebrada pelo ritmo de alguns mapas, como Scud.
Mapas mais abertos ou que possuam certa verticalidade, geralmente são alvos de críticas da comunidade, já que acabam promovendo muita ”camperagem”, e alguns mapas em Black Ops 6 parecem sofrer desse mal. Apesar de nada tão agravante como em Modern Warfare 2, o map design da beta de Call of Duty: Black Ops 6 é um dos pontos que jogadores irão olhar bem de perto para o jogo final, já que a beta não causou uma boa primeira impressão.
Agravando um pouco a situação, as tão odiadas portas estão presentes, apesar de muito menos incomodas do que em jogos anteriores. Os respawns também parecem precisar de melhorias, já que muitas vezes eu simplesmente renasci nas costas de um oponente, o que abre brechas para spawn traps e quebra do ritmo de jogo.
Armeiro
Vamos falar de coisa boa? Vamos! O armeiro de Call of Duty: Black Ops 6 está muito mais simples se comparado ao que tivemos em Modern Warfare 2 e 3, e isso é um ponto extremamente positivo!
A Treyarch optou por um approach muito mais simples e direto, eliminando aquela lista enorme de attachments em todas as armas, trazendo dezenas de opções que muitas das vezes, tinham os mesmos efeitos, porém com outro nome. Pelo menos na beta, os apetrechos das armas são desbloqueados da maneira clássica, deixando de lado o sistema de attachments compartilhados entre armas da mesma família como acontecia em Modern Warfare 2.
Apesar do sistema da IW promover um uso de armas mais variados, já que para desbloquear certos itens deveríamos upar armas específicas, a decisão da Treyarch em voltar para o sistema clássico em Call of Duty: Black Ops 6 foi extremamente acertada.
O sistema de perks também voltou a como era em Black Ops: Cold War e MW 3, trazendo o sistema de coringa diretamente do saudoso Pick 10. Apesar de não termos acesso a todos os coringas na beta, a possibilidade de equipar duas armas primárias ou escolher um quarto perk é muito bem-vinda, trazendo uma camada extra de complexidade.
As novidades nos perks não param por aí, já que além dos tiers já conhecidos, um novo sistema de classes foi introduzido, aumentando as possibilidade de builds diferentes. Divididos por cores, escolher 3 perks da mesma classe garante ao jogador um bônus extra, obrigando o jogador a escolher o que é mais vantajoso: usar o ghost juntamente a outros dois perks de classes diferentes e perder o acesso a um bônus de classe, ou utilizar todos os perks da mesma classe e garantir o bônus?
A mudança parece mirar em diminuir a força de perks conhecidos por serem fortes demais, como ghost e alerta vermelho, obrigando os jogadores a escolherem perks mais fracos da mesma classe para balancear as partidas e promover uma utilização maior de perks não tão populares, o que ao meu ver, é mais uma mudança acertada.
Mudanças nos scorestreaks
Outra grande mudança está no sistema de scorestreaks de Call of Duty: Black Ops 6, que está muito mais receptivo a permitir que jogadores mais casuais consigam acesso a eles durante as partidas, mas de uma maneira muito mais justa do que o sistema usado em Cold War.
Agora assistências recompensam o jogador com 100 pontos para seu scorestreaks, a mesma pontuação obtida com kills, diminuindo drasticamente aquela sensação de ”po, fulano pegou meu kill!!”. Para balancear essa mudança, todos os scorestreaks estão mais caros, como o famoso VANT que agora custa a bagatela de 675 pontos, diferentes dos 300-400 (ou 4 kills) que era seu preço em jogos anteriores.
Essas mudanças causaram um forte impacto nas partidas, que parecem ter um spam de killstreaks muito maior, tornando quase obrigatório o uso de rocket launchers para derrubá-los. Honestamente, eu não consigo me lembrar de uma única partida em que não tenha tido a presença de ao menos 2 Watchdogs ou Hellstorm, algo que definitivamente não era comum em MW 2 ou 3, nos trazendo de volta aos anos de Cold War onde 2 choppers por partida eram banais.
A ideia de facilitar o jogador mais casual a chegar em seus streaks é muito boa no papel, mas a Treyarch parece ainda não ter encontrado a melhor maneira de fazer isso, e definitivamente o sistema de Black Ops 6 parece precisar de mais umas melhorias para o lançamento final. Talvez aumentar um pouco mais o custo dos scorestreaks finais seja uma boa solução, já que o problema maior está em jogadores veteranos chegando facilmente a seus killstreaks de tier 3.
Mas eaí, o hype aumentou?
Com tudo isso dito, minha empolgação para Call of Duty: Black Ops 6 está mais alta do que nunca. Apesar de algumas preocupações com o map design e balanceamento de algumas armas (sim, estou falando de você PDW), o multiplayer de BO 6 me divertiu como um multiplayer de COD não havia conseguido em muitos anos, me aproximando novamente da franquia.
Com o retorno do zombies para uma fórmula mais clássica e um multiplayer robusto e cheio de novidades, dificilmente Call of Duty: Black Ops 6 não irá agradar os jogadores mais veteranos da franquia, tendo tudo para se tornar um marco na franquia assim como Black Ops 2.
O segundo final de semana de beta de Call of Duty: Black Ops 6, dessa vez aberta, se inicia no próximo dia 6, estando disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC.