Dragon Quest III foi um marco para toda a indústria de videogames, sendo um dos primeiros grandes RPGs japoneses a se popularizar fora do oriente e fazendo parte da infância de muitos jogadores. Lançado para o saudoso Nintendinho em 1988 e posteriormente ganhando um remake para o SNES, o terceiro título da franquia da antiga Enix (hoje fundida com a Square) foi considerado revolucionário durante seu lançamento, catapultando a popularidade da franquia para níveis nunca antes vistos na indústria de jogos japonesa. Tamanha era a popularidade de Dragon Quest naquela época que, dizem as lendas, as crianças japonesas passariam a matar aula apenas para jogar, o que levou a Enix a nunca lançar um novo título em dias de semana.
36 anos após o seu lançamento original, a Square-Enix decide reviver a lenda, prometendo um remake fiel e que faria jus ao legado deixado pelo título, dando vida a Dragon Quest III HD-2D Remake. Utilizando gráficos 2D lindíssimos e a promessa de trazer toda a magia do título original, a Square-Enix balançava com os meus sentimentos a cada novo trailer, já que embora o terceiro título da franquia não seja o meu favorito, ele tem um espaço reservado só para ele no meu coração, além de ser um importante marco para toda a história de Dragon Quest e da Square-Enix.
Como todo fã da franquia, passei a contar os minutos para o lançamento do jogo, debulhando toda e qualquer nova informação divulgada pela Square e criando enormes expectativas a cada novo trailer… Foi quando recebemos o convite da Square-Enix para jogarmos de maneira antecipada Dragon Quest III HD-2D Remake, podendo experienciar em primeira mão um dos títulos mais aguardados do ano.
Após ter jogado os momentos iniciais do game, pude ter uma boa noção do que a Square-Enix preparou para o tão aguardado remake, e tenho MUITA coisa pra falar sobre ele!
Dragon Quest III HD-2D Remake e o renascimento de uma lenda | Hands-on Preview
Ao iniciar o game, a sensação inicial foi a de que havia voltado para os anos 90, como quando havia jogado Dragon Quest III pela primeira vez em meu velho SNES, mas dessa vez sem a necessidade de uma revista do meu lado para entender os menus. Os lindíssimos gráficos 2D, a trilha-sonora marcante, os menus simples… Toda a magia de Dragon Quest III estava ali, me abraçando em um sentimento de nostalgia extremamente reconfortante, e antes mesmo de iniciar minha jornada de fato.
Em Dragon Quest III HD-2D Remake o jogador assume o manto do ”Herói”, o filho de um respeitado e honrado guerreiro que perdeu a vida lutando em nome do reino. Após o despertar do arquidemônio Baramos, recebemos a difícil missão de derrotar esse mal antigo e salvar o mundo da destruição, nos levando em uma jornada épica por todo o mundo de Dragon Quest III.
Como em todos os jogos da franquia, Dragon Quest III HD-2D Remake mantém suas raízes dos RPGs de mesa, permitindo que o jogador escolha o nome de seu personagem, se será um herói ou heroína, e até mesmo sua personalidade inicial, que influenciará em diversos aspectos durante a jornada. Após criar meu personagem, recrutar meus primeiros companheiros na guilda e ser jogado no mundo de Dragon Quest III, esse sentimento de nostalgia e familiaridade se tornou ainda maior, graças a atenção e capricho da Square-Enix, que se preocupou em manter a fidelidade ao jogo original em cada detalhe, desde os primeiros passos dados pelo jogador.
Essa fidelidade não está apenas nos aspectos visuais e sonoros de Dragon Quest III HD-2D Remake, também se estendendo para todos os aspectos da gameplay, como a exploração o combate. Mantendo o sistema de combates por turnos e classes do jogo original, a impressão que tive após essas horas iniciais é a de que a Square-Enix teve uma atenção redobrada nas mecânicas de combate, se mantendo fieis ao jogo original para agradar os fãs antigos e fazendo leves mudanças para que novos jogadores se sintam acolhidos.
Por se tratar apenas das horas iniciais do título, não pude explorar a fundo o sistema de combate, o sistema de classes e mecânicas mais avançadas. Porém, pude notar que mecânicas clássicas de combate foram mantidas intactas, como a forma que aprendemos novas habilidades, fraquezas e resistências de monstros e prioridade de ações nos turnos.
A exploração é um elemento extremamente importante de Dragon Quest III, já que estamos descobrindo esse mundo mágico junto com o nosso personagem e com a nossa party. Poucos jogos conseguem unir exploração e combate de uma forma tão coesa quanto a franquia Dragon Quest, e muito desse DNA da franquia teve início em Dragon Quest III. Felizmente, a equipe de desenvolvimento de Dragon Quest III HD-2D Remake parece ter entendido muito bem isso.
Conversar com NPCs para conseguir informações essenciais para o nosso progresso, tesouros e passagens secretas escondidas em meio a florestas, casas e locais que só se tornam acessíveis em um horário específico do dia… Todos esses detalhes faziam a exploração ser um dos principais diferenciais do título em seu lançamento em 88, o tornando revolucionário para a época, e ao menos nas áreas do jogo em que tive acesso, tudo foi recriado com maestria.
A cada nova cidade que chegava, ficava mais evidente de que a fidelidade ao jogo original e fazer o jogador que já conhecia DQ III se sentir em casa era a principal prioridade da Square-Enix e do time de desenvolvimento. Seja pela belíssima e familiar trilha-sonora, o design dos NPCs, sprites dos monstros, as estruturas peculiares de cada vilarejo… Tudo estava ali da forma que eu me lembrava, mas muito mais bonito e rico em detalhes, graças a uma direção de arte maravilhosa e um capricho que me surpreendeu positivamente em vários momentos.
O mesmo vale para as dungeons iniciais das quais tive acesso, que não apenas mantiveram esse sentimento de familiaridade que por muitas vezes me fizeram pensar ”ei, eu conheço isso aqui”, mas também trouxeram novidades muito bem-vindas, além de claro, me proporcionar uma boa dose de desafio (e pequenas sessões de grind) e me recompensar por explorá-las minunciosamente.
São poucos os remakes que conseguem manter a magia e atmosfera única criada pelo jogo original, e caso Dragon Quest III HD-2D Remake mantenha a mesma qualidade de seus momentos iniciais durante toda a jornada, o título com certeza entrará para esse seleto grupo de remakes.
Por se tratar de uma versão de preview, ainda é muito cedo para dizer se Dragon Quest III HD-2D Remake é, de fato, o remake que os fãs da franquia sempre sonharam, já que apesar de ter rasgado elogios até aqui, são minhas impressões apenas dos momentos iniciais do jogo. O que posso afirmar, é que sem sombra de dúvida minhas expectativas para o lançamento no dia 14 novembro estão maiores do que nunca, e caso essa qualidade e preocupação com a fidelidade se mantenha por todo o jogo, existem grandes chances de Dragon Quest III HD-2D Remake se tornar um dos títulos favoritos dos fãs da franquia.
Dragon Quest III HD-2D Remake será lançado no dia 14 de novembro para PS5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC.
Agradecemos novamente a Square-Enix LATAM pelo convite para jogarmos de maneira antecipada a versão de preview de Dragon Quest III HD-2D Remake. A plataforma utilizada para o preview foi o PS5.