Durante o último final de semana, Concord, desenvolvido pela Firewalk Studios e distribuído pela PlayStation, recebeu sua beta aberta para consoles e computadores. Esse evento funcionou como um teste de estresse para os servidores e também como uma oportunidade para os jogadores experimentarem o título e decidirem pela compra.
Eu fui uma dessas pessoas que estavam de mente aberta para o jogo, especialmente por gostar muito de hero-shooters como Valorant e Overwatch, conhecidos por suas jogabilidades refinadas e personagens carismáticos, apesar de seus problemas. Durante o período em que a beta aberta de Concord esteve disponível, joguei cerca de oito horas, tanto sozinho quanto com amigos, e minha experiência não foi das melhores.
Se ambientando a um novo universo
Como ficou claro durante o anúncio do título, Concord dá grande ênfase à narrativa, contando parte da história através de cenas. Conforme informado pelos desenvolvedores, toda semana os jogadores serão apresentados a uma nova cena que aprofundará os personagens e expandirá o universo desenvolvido pela Firewalk Studios. Assim começa a beta do jogo, com uma cena inicial e bem longa.
Após essa cena, temos acesso aos menus principais, onde podemos selecionar modos de jogo para experimentar o título. É importante observar que, pelo menos na beta, não tivemos nenhum tipo de tutorial que explicasse como funcionam os modos de jogo, nem como jogar ou quais funções cada botão desempenha. Embora esses aspectos possam ser abordados no lançamento final do jogo, acredito que jogadores menos familiarizados com hero-shooters possam ter sentido falta dessa orientação.
A beta claramente quer que o jogador vá direto ao ponto, selecionando um dos membros da tripulação da Estrela do Norte e entrando na luta em um dos diversos modos de jogo. Essa tripulação, conhecida como Freegunners, varia de místicos poderosos a pistoleiros habilidosos e curandeiros prestativos. Cada Freegunner traz suas próprias habilidades, personalidade e potenciais únicos, cobrindo uma ampla gama de estilos de jogo.
Tiro, porrada e bomba!
O primeiro modo liberado foi o Pancadaria, que consiste em uma arena de combate 5 x 5, com ressurgimento caso o jogador morra. A ideia é enfatizar o combate direto, e logo de início pude sentir como é satisfatório atirar em Concord. Como o título é desenvolvido por ex-membros de Destiny, não é surpresa que o gunplay seja excelente para todos os personagens.
Sobre o modo em questão, ele é simples, mas levanta diversas questões. Como os Freegunners não possuem “classes” definidas como tanques, suporte e dano, você pode escolher qualquer personagem com o objetivo de conseguir o máximo de abates possível. Não havia incentivo para experimentar personagens de suporte ou tanque nesse modo.
Em relação à jogabilidade, além do excelente gunplay, cada personagem conta com um kit que os torna únicos, desde habilidades passivas e ativas até estilos de movimento. Tudo isso se junta para entregar características únicas a cada personagem de Concord. No entanto, todos os personagens parecem ser muito pesados, tornando complicado fugir de combates desvantajosos. As habilidades de movimentação específicas para cada personagem, como saltar ou planar com a mochila a jato, também são pesadas, a falta de agilidade irrita e frustra.
De forma geral, a experiência foi divertida nos três modos de jogo disponíveis. É gratificante eliminar inimigos, entender as habilidades dos Freegunners que escolhemos e explorar o mapa para aproveitar pontos estratégicos. Concord parece captar o que torna esse modelo de FPS tão envolvente. Jogar com amigos foi bastante agradável, mas jogar sozinho se revelou cansativo, especialmente nos modos focados exclusivamente na eliminação da equipe adversária. Apesar de ser um modo simples, ele tende a frustrar mais do que divertir, principalmente devido aos frequentes abandonos de jogadores durante as partidas.
Aspectos técnicos e progressão
No aspecto técnico, joguei Concord majoritariamente no computador e tive uma experiência excelente. Os servidores funcionaram muito bem, e o jogo rodou com uma performance excelente, sem quedas de frames por segundo, mesmo nos momentos mais caóticos durante as arenas de combate. Isso é um ótimo sinal e indica que o título está pronto para ser lançado nessa parte. Além disso, o jogo conta com legendas e dublagem em português do Brasil.
Contudo, há um outro lado técnico dedicado ao multiplayer que é preocupante. Por exemplo, se a partida não estiver indo bem para seu time, nada impede os jogadores de saírem da partida e começarem outra. Não há nenhum tipo de punição ou penalidade no matchmaking por abandonar partidas em que o jogador esteja perdendo, o que é alarmante.
Em relação à progressão, ao fim de cada partida ganhamos experiência com os Freegunners que utilizamos, além de progredir em uma grande seleção de missões, chamadas “trabalhos”, que podem ser sazonais, semanais ou variadas. Tudo resulta em ganho de experiência para os personagens, o que libera algumas skins, geralmente variações de cor e pouco mais.
Conclusão?
É difícil tirar conclusões definitivas sobre Concord com apenas algumas horas de beta. Ainda há tempo para que o jogo receba melhorias, como tutoriais introdutórios, penalidades para jogadores que abandonam partidas antes do fim e ajustes na movimentação dos personagens. Há espaço para melhorias, e sendo um jogo de serviço, é esperado que elas ocorram.
Contudo, é importante destacar que o título chega com um preço de R$ 200, além dos possíveis sistemas de monetização como passes de batalha e skins exclusivas. Acredito que o jogo se beneficiaria muito mais de um modelo free-to-play, visto que concorrentes como Valorant e Overwatch 2 adotam essa abordagem. Em vários momentos, me perguntei “por que estou jogando Concord em vez de Valorant ou Overwatch 2?”. Infelizmente, não consegui encontrar uma resposta convincente para essa pergunta.
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Apesar disso, tenho muita fé nos desenvolvedores e acredito que eles possam reverter as impressões iniciais não muito positivas no futuro lançamento. No entanto, no momento, não estou muito ansioso para o lançamento de Concord.