The Plucky Squire estava no meu radar desde o seu primeiro anúncio. Muitas coisas me chamaram a atenção no título: desde sua arte belíssima até os elementos de jogabilidade que misturam 2D e 3D em diversos cenários dinâmicos. Foi difícil não se apaixonar à primeira vista, mas será que ele cumpre todas as expectativas? Vamos conferir nesta review.
Era uma vez…
Nossa história começa com o narrador nos apresentando o quarto de Sam, uma criança muito criativa, que ama contar histórias, pintar, desenhar e brincar com seus brinquedos. Sua criatividade é tanta que ele decidiu escrever e ilustrar um livro repleto de histórias, estrelando o nosso herói: Pontinho.
Nessas histórias, assumimos o papel de Pontinho, que, junto com seus amigos Violeta e Batera, resolve todo tipo de confusão no reino de Mana, causadas pelo mago malvado Enfelzado, o principal vilão da trama, que está destinado a ser derrotado por Pontinho, conforme foi escrito por Sam.
Contudo, a história muda completamente quando Enfelzado descobre que todos ali são personagens de um livro infantil. Com isso, ele aprende uma magia que expulsa Pontinho do livro. Agora, cabe a nós voltarmos ao livro e descobrirmos uma forma de derrotar Enfelzado e seus novos poderes. A trama é simples e divertida, lembrando muito um filme da Disney, com um elenco de personagens carismáticos que passam por diversas situações inusitadas e até mesmo com plot twists que mudam a história de forma excepcional. É excelente e divertida o tempo todo.
…um herói dotado de habilidades incríveis…
Pontinho é o nosso herói guerreiro, que, acompanhado de sua espada, outras armas e ferramentas que podemos adquirir ao longo da jornada, traçará o caminho para derrotar Enfelzado. O combate é simples, mas divertido, graças aos diferentes tipos de criaturas que enfrentamos. Cada uma delas possui características únicas, o que mantém a experiência renovada, apesar da simplicidade do combate.
Em The Plucky Squire, Pontinho também pode utilizar outras armas, como arco e flecha ou bombas para abrir caminho entre os inimigos. No entanto, as opções são limitadas, uma vez que o combate não é o foco principal. A aventura alterna entre momentos em 2D e 3D, e essas mudanças afetam a forma como exploramos os cenários, solucionamos puzzles e enfrentamos os chefes de cada um dos 10 capítulos.
É importante destacar que Pontinho também pode adquirir novas habilidades de combate por meio de uma personagem que, de forma literal, é uma lojinha de compras. Além disso, podemos melhorar o nosso dano, mostrando que o título oferece uma progressão de personagem, tanto com novas ferramentas quanto com melhorias em status e habilidades.
…em um mundo extraordinariamente diferente…
The Plucky Squire se divide em dois mundos diferentes um dentro do livro que é majoritariamente 2D e outro fora do livro que é 3D. É importante reforçar que este jogo é visualmente deslumbrante em ambos os mundos, contando com uma direção de arte excepcional.
The Plucky Squire no estilo 2D, encontramos uma grande variedade de ambientes repletos de desafios e puzzles, todos cuidadosamente desenhados e cheios de detalhes. As animações são um verdadeiro encanto e cada elemento se harmoniza perfeitamente, criando uma experiência visualmente agradável e imersiva. Desde a paleta de cores até os cenários, cada ambiente possui uma personalidade única, reforçando a atmosfera mágica e artística do reino de Mana.
Quando temos a chance de sair do livro com Pontinho, o jogo se transforma quase completamente, como se fosse uma nova experiência. As mecânicas de combate continuam as mesmas, mas a dinâmica de exploração muda drasticamente, já que os ambientes passam a ser em 3D. Em vários momentos, o jogo alterna entre 2D e 3D para resolver puzzles ou encontrar caminhos alternativos, o que adiciona variedade e profundidade à jogabilidade. Mesmo no formato 3D, os cenários são belíssimos e impressionam pela qualidade visual, tornando a exploração tão cativante quanto o combate.
…e cheio de pura criatividade.
A verdadeira magia de The Plucky Squire acontece quando o jogo decide combinar esses dois mundos para a resolução dos puzzles. Podemos manipular as páginas do livro, mover palavras de lugar para alterar os objetivos e até trazer itens do mundo exterior para dentro da história.
Essa dinâmica constante, onde um mundo interfere no outro, cria uma experiência única e envolvente. Em certos momentos, até recebemos carimbos que permitem modificar o livro, mesmo enquanto estamos fora dele. Essa interação entre os dois universos mantém o jogador imerso e entretido o tempo todo.
The Plucky Squire conta com lutas contra chefes que também são um espetaculo a parte, todas fazem uso de algum tipo de mini-game como ritimo ou de tiro ao alvo, simples mas eficientes e que ganham muita potência junto com as trilhas sonoras de cada chefes, o entrentimento é garantido e toda luta contra chefe vai roubar um sorriso do rosto e deixar os jogadores surpresos pela criatividade e satisfeitos com a experiência.
Aspectos técnicos, acessibilidade trilha sonora
Como destaquei anteriormente, a trilha sonora de The Plucky Squire é excelente. As melodias e músicas cativam e empolgam; embora não cheguem a se tornar parte da sua playlist do Spotify, elas deixarão o coração quentinho durante toda a jogatina, que pode variar entre 8 e 10 horas, dependendo do desempenho do jogador com os puzzles.
Quanto à parte técnica, joguei o título no PlayStation 5 e a experiência foi excelente. O jogo roda em 4K a 60 FPS e não é necessário um PS5 Pro para isso. Toda a jogatina foi ótima e sem nenhum bug que pudesse comprometer a experiência. Além disso, The Plucky Squire chega com legendas em português Brasil e conta com muitas opções de acessibilidade, tornando a experiência acessível a uma ampla gama de jogadores. O narrador também dublado pelo Mauro Ramos, responsável por dublar o Shrek.
Vale a pena comprar The Plucky Squire?
Com certeza! Não há nada parecido com o que The Plucky Squire oferece no mercado. É uma experiência única que vale muito a pena ser vivida. Cada capítulo é uma grande surpresa, capaz de provocar risadas, encantar com seus puzzles criativos ou surpreender com lutas contra chefes únicas.
O jogo é apaixonante, feito com muito carinho e é extremamente recompensador, especialmente por não se estender demais. Isso o torna reconfortante e deixa um gostinho de “quero mais”. Definitivamente, este é um dos melhores indies do ano, ao lado de Nine Sols e tem grande potencial para conquistar prêmios em premiações como o The Game Awards.
Essa review de The Plucky Squire foi escrita através de uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Devolver Digital.