Unknown 9 Awakening é o primeiro trabalho do estúdio Reflector Entertainment, da Bandai Namco. É um jogo de ação e aventura que segue a história de Haroona, vivida por Anya Chalotra, a Yennefer de The Witcher da Netflix. Porém, em um ano com outros estúdios estreantes no quesito jogo single-player entregando trabalhos de excelente qualidade, o projeto da Reflector não consegue fazer o suficiente para se destacar.
O universo do jogo é até interessante, mas…
A Reflector parece ter planos bem ambiciosos para o universo de Unknown 9 Awakening, com projetos de episódios de podcast, HQs e livros paralelos ao jogo. A ambição é até justificada, o universo steampunk e com elementos de magia de uma forma meio espiritual, chamada de Umbral, é bem interessante, mas pelo menos ao que se diz do que foi entregado no jogo, a narrativa é um pouco… sem graça.
O jogo segue a história de Haroona, que após eventos logo no começo do jogo, vai atrás do vilão Vincent em busca de vingança. O vilão é até interessante e tem uma boa justificativa para o seu objetivo final, mas parece que o roteiro só consegue fazer com que ele entregue diálogos clichês para se expressar. Haroona eventualmente é ajudada por outros personagens, de uma organização que também quer impedir Vincent, mas nenhum deles acaba sendo muito aprofundado.
A narrativa de Unknown 9 Awakening também se recusa a dar muitas respostas sobre como o universo e o Umbral funcionam, porém, os colecionáveis encontrados pelo mapa adicionam informações ao diário de Haroona e fazem bem o trabalho de dar essas explicações. O problema é que a qualidade da narrativa não te faz criar interesse o suficiente de querer ler os documentos para ter essas respostas.
Apesar de estar totalmente legendado em português, o jogo não possui dublagem no nosso idioma, e a dublagem americana deixa muito a desejar. Anya Chalotra é uma excelente atriz, como visto em The Witcher, mas ela não parece confortável na pele de Haroona. Eu não sei se é um desconforto dela em relação ao sotaque indiano, ou pelo timbre que ela decidiu dar à personagem, mas as falas da protagonista não passam emoção o suficiente.
Direção de arte confusa
Em relação aos cenários, você até consegue ver uma certa direção de arte e notar uma beleza em fases que acontecem durante o dia. A iluminação é boa, não faz nada de espetacular, mas faz bem o seu trabalho, principalmente em momentos de pôr-do-sol. Porém, em fases que acontecem durante a noite, Unknown 9 Awakening sofre com a falta de pontos de luz.
O real problema está nos personagens. Unknown 9 Awakening parece tentar entregar gráficos mais realistas, mas os limites do orçamento para o jogo permitiram apenas modelos de personagens do nível de jogos da sétima geração. A escolha de não entregar gráficos estilizados para fugir desse problema é muito estranha, ainda mais com uma narrativa que tenta ter foco nas emoções de Haroona, e as limitações técnicas não permitindo que ela tenha qualquer outra expressão que não seja de peixe morto.
O combate tem ideias excelentes, mas uma péssima execução
A gameplay de Unknown 9 Awakening gira muito em torno do stealth, e o jogo realmente tem boas ideias para essas sessões. Haroona tem um poder no qual ela pode entrar no corpo dos inimigos, permitindo que o jogador tenha controle deles por um tempo bem limitado para atacar outros inimigos. A protagonista também pode ficar invisível e derrubar adversários por trás.
Porém, o verdadeiro problema de Unknown 9 Awakening está no conflito direto. Combate pouco responsivo e travado, uma escolha estranha de controle, como por exemplo, o ataque básico está no botão R1. E não é como se a ideia por trás do jogo fosse te punir por decidir ir num confronto direto em vez de usar o stealth, até porque o jogo tem sequências obrigatórias de confronto direto com vários inimigos, o que acaba se tornando em uma experiência frustrante.
O título claramente não teve o combate pensado para isso, e com cada ataque corpo-a-corpo de Haroona sendo duro e difícil de controlar a direção, você acaba tomando dano por erros de execução do próprio Unknown 9 Awakening, e não pelo erro do jogador.
O jogo também sofre de diversos problemas de performance, com uma taxa de quadros que não consegue se manter estável, principalmente no combate, e diversos bugs.
Pouco acessível
Unknown 9 Awakening tem algumas opções de acessibilidade em relação à gameplay, como coisas relacionadas à câmera e mira, mas a única opção que é realmente focada em algum tipo de deficiência é relacionada a daltonismo.
Tinha uma música aqui?
A trilha sonora de Unknown 9 Awakening não é nada que vai ficar guardado no seu coração ao jogar. Inclusive, é muito fácil seguir o jogo e nem perceber que está rolando alguma música de fundo. O destaque fica para o design de áudio, principalmente relacionado aos poderes do Umbral. Ao usar a habilidade para poder ver os inimigos destacados no mapa, o som fica com o efeito desse “outro lado espiritual”, parecendo um pouco distorcido e com eco.
As habilidades de Haroona no geral também tem sons interessantes, mas as qualidades do áudio no geral ficam por isso mesmo.
Unknown 9 Awakening está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.
Esta análise foi feita com uma cópia enviada pela Bandai Namco, muito obrigada!
O Review
Unknown 9 Awakening
No geral, o maior problema de Unknown 9 Awakening é tentar ser maior do que as suas limitações técnicas - e orçamento - permitem, e apesar de realmente tentar contar uma boa história, vários pequenos tropeços acabam atrapalhando. O universo é bom, mas talvez seja prejudicado por um jogo mediano e lotado de problemas de performance.
PRÓS
- Universo do jogo é interessante
- Boas ideias para combate stealth
CONTRAS
- Combate mal executado
- Diversos problemas de performance e bugs
- História clichê
Unknown 9 Awakening OFERTAS
Coletamos informações de muitas lojas pelo melhor preço disponível